segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Tónio de Santana - II

Sou o Tónio de Santana,
Poeta nos tempos vagos.
Meu verso de mim emana,
E não venho com recados.


Fala a minha consciência
Que esta Vila já se expande.
Dá Cultura, dá Ciência,
E na Longra há quem mande!


Ver a Longra é um regalo,
Em posição altaneira.
Mas há quem, por não ser galo,
Tome isto por capoeira.


Seja frango, ou seja pinto,
Faria o que nunca faria,
Porque - aos dois - eu os desminto
Cá co’a minha poesia.


Com propósitos traçados
Escondidos p’la calada,
Julgavam ter conquistados
Os frutos duma cilada.


Zangaram-se, porém,
Devido a um mal-entendido,
Sobre as obras, não do Além,
Mas do Santo, tão querido!

Comentários acabados,
O fulano deu ao dente
E citou os implicados
Do site tão indecente!


E, de seguida, lá veio
Pedir, a quem já não via,
Se escrevia, a permeio,
Sobre coisa que sabia.


Liberdade de expressão
Ofereci logo aquele homem,
Mas, p’ra minha admiração,
Pediu que eu metesse o nome.


“Ora bolas, assim não!...”
Disse, com boa coerência.
Pois, há muitos que assim são,
E mantêm a aparência.


E diz que não quer sofrer
Por algo que a vista veja.
Mas isso, cá, a meu ver,
Não é da vista… É inveja!

Olhos nos olhos, espero,
Que fale em assembleias,
P'ra evitar o desespero
De ouvir coisa muito feias.


Sobre isso não vou falar,
Prefiro esperar p'ra ver:
Os olhos vai arrancar
Pró coração não sofrer.

JCP