Voz humilde de Poeta,
De feição republicana,
Com alguns dons de profeta.
Sou cristão, republicano,
Creio na minha Utopia:
Acabar com todo o engano,
Mentiras e hipocrisia!
E sonho um mundo melhor,
Com mais pão, democracia,
Mas o meu sonho maior:
Sermos iguais, qualquer dia!
Não sou “facho”, nem “comuna”
Da forma que muitos falam.
Quero a Terra, justa e una
Para todos que cá andam.
Este mundo são dois dias;
Há que aproveitar o tempo:
Fazer da vida alegrias,
Procriação… E comendo!
Nestes meus versos tão lidos,
Trago a Paz no versejar.
Tragos gestos coloridos,
Sobre os quais quero cantar.
Há gestos menos bonitos
Que trago aqui, à edição:
Não sou de contos e ditos
D' inveja, ódio ou traição!
Sei que tenho meu defeito,
De paixão exacerbada.
Mas sou frontal e, ao meu jeito,
Dou a alma a gente honrada.
Trago a Paz no meu espírito,
Os meus dons sei a quem dá-los.
Só me torno duro e crítico
Quando me pisam os calos.
Se de mim falam imenso
Por assunto que é sou meu,
Vozes de burro – eu penso –
Nunca chegaram ao céu!
Mas se falam por despeito
Sobre uma obra colectiva,
Aí, calma! E mais respeito,
Que essa guerra então é minha!
Mas já disse: “- Sou de Paz!”;
A guerra jamais convém.
Só a Longra é que me traz
Todo o Amor que vem d’Além!
C’ um bocado de pão fino
E um copito de aguardente,
Bordo versos como linho,
Que me tornam atraente.
Daqui ouço minhas musas
No cruzamento do meio
A falar, nada sisudas,
Dum fim-de-semana em cheio!
Posso dar-vos um exemplo:
A Longra das tradições,
Da Cultura em cada tempo;
Das grandes realizações!
Que bonita tradição,
Que já consta nos anais!
E, retomando a feição,
Hoje cada vez mais!
Isso deve-se, pois é,
A uma grande instituição.
No concelho bate o pé
E é notícia na Nação!
Falo da Casa do Povo,
Outra coisa não seria,
Com propósito mais novo,
Faz História! Quem diria?!...
As três juntas, pois então,
'Stão unidas – sim, senhor!;
Dão uma grande lição
D’ honestidade e vigor!
A Feira Tradicional,
No Concelho, popular,
É um evento bestial,
Que trouxe novo pulsar!
Entre outras coisas, então
Um fim-de-semana em cheio?!
Três dias de animação,
Teatro e festas pelo meio!
E um concerto vai haver,
Dado p’lo Conservatório!
À Pedreira irei ver
“Noviço” no reportório!
Gostava de ver o mundo
Um pouco como a Longra é:
Povo tão sério e profundo,
Com Cultura e boa fé!
Esta Vila é um encanto,
Cada vez ‘stá mais na moda,
Embora seja meu manto
"Paraquedas" que incomoda.
Mas passemos já frente,
P’ra não vir mais revoada;
"Parquedas" quer ar quente,
Mas não quer gente pesada!
Tenho cá meus ascendentes,
Que não constam nos alfozes;
São gente de sérias gentes,
Do passado, bisavôs.
Mas, amigos, que fazer?
Não choro a condição!
Matar um homem, por ser
De fora… É ódio e traição!
Sou um homem da cidade,
Tão falada no país!
Por falar nisso, é verdade,
Há uma coisa infeliz:
- Uma coisa muita feia,
Na imprensa tão falada,
Que até vai à Assembleia,
Sexta-feira… Que tourada!
Polémicos pagamentos
Falam os jornais mais lidos:
Honorários e emolumentos
P’ra a Defesa de arguidos.
Isso deixa-me tão triste:
Tanto dinheiro a voar!
E o Governo só insiste
Pró “Zè-Povinho” poupar.
Ora, fonha-se, “ó Primeiro!”…
Diga isso à sua edil,
Que p’ra Defesa. em dinheiro,
Já vão 400 mil !
Muito dinheiro, um abuso
Dessas “pobres” criaturas.
Dar-lhe-ia melhor uso,
P’ra novas infra-estruturas...
Pras obras da velha igreja,
Santo Tiago em oração,
Ou p’ra coisa que se veja,
P’rá Cultura e Educação!
Por isso, quero apelar
Aos autarcas cá, da Longra,
Que não se deixem calar
Na Assembleia mais longa.
Em dramático discurso,
Irão tentar enrolá-los!..
Saibam eles fazer uso
Dos direitos proclamados.
Espero que não tenham medo,
Nessa batalha política.
Força Eugénio!... Força Pedro!...
E Zé Fernando na crítica!...
O Concelho está parado,
Por obra “sempre presente”.
Mostrai ao eleitorado
Que a Longra é mais coerente!
JCP